quarta-feira, 5 de abril de 2017

VIDA DE GRÁVIDA

Assim que entrei nas 35 semanas de gravidez, o cansaço apoderou-se de mim. Cheguei ao ponto de nem sentada estar confortável, de não ter paciência para ninguém e de sentir o raciocínio completamente bloqueado.

A barriga parece que de repente cresceu imenso, o peso e o bebé a mexer, começaram a deixar-me ansiosa e a pensar que o parto não chegaria às 38 semanas (coisas de mãe inexperiente).

Mas continuei a trabalhar e só quando cumpri com o meu objetivo de dar explicações até ao final dos testes dos miúdos, resolvi descansar a sério. "Estão dispensados e só depois da consulta com a obstetra é que decido se trabalho mais ou não."

Na consulta de 36 semanas fiquei a saber que o bebé não está apressado como eu pensava e que todos os meus sintomas eram fruto do stress e do tempo de gravidez, ou seja, tudo normal.

Mesmo assim, resolvi descansar uma semana, e depois desta voltar ao trabalho apenas algumas horas por dia. Mais que isso, a minha sanidade mental já não permite.

Apesar do conselho para descansar a cabeça, a obstetra disse-me para mexer o corpo. Não há razões nenhumas para repousos absolutos ou meio absolutos e está na altura de dar caminhadas para que tudo seja facilitado na devida altura, o nascimento do baby.

E era mesmo isto que queria ouvir. No meu primeiro dia de "férias", engomei e arrumei roupa de manhã e à tarde limpei a casa-de-banho em profundidade (demorei muito nestas tarefas aparentemente simples... e também dormi uma sesta de hora e meia...). Para além de ser bom ver a pilha de roupa arrumada e a casa-de-banho cheirosa, arrumada e desinfetada, mentalmente soube-me que nem ginjas. Não ter de pensar, de puxar pelos neurónios cansados, foi como que uma grande lufada de ar fresco. Fiquei com dores musculares, claro está. Muita coisa aqui não se mexeu neste último mês de imenso trabalho, mas a cabeça ficou leve, leve...

E assim tenho continuado. Cada dia tem uma ou duas tarefas da casa, sem contar com as diárias, e tem sido bom ver a casa, o ninho, a ficar pronto para a chegada do nosso príncipe, sem que a mãe dê em maluquinha. :)

(Já noutro dia)

A roupa dá trabalho. É sempre a roupa! É sempre a tarefa que não acaba. Aproveitei estes dias para trocar já a roupa de inverno pela de primavera/verão. Já me alertaram que ha-de vir frio, como se eu não suspeitasse, mas por muito frio que venha, não há-de ser necessário vestir camisolas de lã, ponchos, cachecóis grandes, etc.

Não vou comprar roupa para já, uma vez que estou no final da gravidez, e como usei muita da minha roupa até aos 5, 6 meses de gravidez, acredito que vá conseguir vesti-la pouco tempo depois do parto. A ver vamos.

Ou seja, continuo a tratar de roupa e mais roupa. O que me consola? A tarefa está quase terminada e depois é "só" a roupa do dia-a-dia.

Além da roupa habitual, há a roupinha pequenina e fofa do príncipe para lavar, engomar e arrumar. Também está tudo pronto, pelo menos tudo o que vai usar nos primeiros meses. Não achei necessário lavar já a roupa de 3 meses para cima. Por enquanto, os seus pequenos pertences cabem numa cómoda, que organizei por categorias. Na gaveta de cima temos fraldas descartáveis, toalhitas, produtos de higiene e muda fraldas, entre outros apetrechos do género. A roupa ficou arrumada por tipos e tamanhos, e depois temos as gavetas da roupa de cama e de banho.

À primeira vista, acho que o pequenote tem pouca roupa. Por um lado receio comprar muita coisa pequena, ou quente, ou fresca... e depois não vestir. Por outro lado toda a gente me diz que tudo deixa de servir de um dia para o outro, e ainda por outro, há tantas lojas ao nosso dispor, que não vejo necessidade de comprar em excesso, podendo comprar consoante formos precisando. E nu não ha-de andar...

Roupa minimamente organizada e casa minimamente arrumada, ficam as refeições. Neste momento estou com 37 semanas, pode faltar pouco para o bebé nascer. Por isso resolvi começar a fazer um stock de refeições prontas a cozinhar. Nada de coisas já pré-cozinhadas e de compra. Optei por preparar legumes para bases de sopa e colocar em doses prontas a colocar na panela a cozer. Tudo devidamente lavado, arranjado e colocado em sacos de congelação, na altura basta adicionar à água a ferver e cozinhar. Depois de passar, basta acrescentar um ou outro legume, os temperos e a sopinha fica pronta.

Para além das sopas, pretendo também ter outros atalhos para que na altura seja tudo mais fácil. Não quero estar preocupada com o que vamos cozinhar, pelo menos nas primeiras semanas. Claro que conto com a ajuda da minha mãe nesse sentido, mas há sempre imprevistos e prefiro prevenir que remediar. O meu marido também já me tranquilizou, que estará em casa e que cuidará da nossa alimentação. Mas o bebé vai ocupar-nos, vamos dormir menos, há um sem fim de coisas que podem acontecer e um pouco de organização nunca prejudicou ninguém, não é verdade?

E claro que também tenho aproveitado para cuidar de mim. Todas as manhãs dou uma caminhada, que não é muito grande pois rapidamente tenho de voltar para casa para fazer o décimo xixi do dia (exagero). Mas esta pequena caminhada faz-me bem. Sinto-me mais leve e desempenada. Ao final do dia faço os exercícios normais dos cursos de preparação para o parto. Não estou a frequentar o curso, optei por não fazê-lo, mas não quer dizer que não tenha interesse em preparar-me para o parto.

Continuo a hidratar bastante o corpo e até à data não há sinal de estrias (até já fui elogiada pela minha obstetra). No rosto continuo com os cuidados habituais, tenho apenas insistido mais no protetor solar, mas mesmo assim penso que as manchas estão mais escuras. Maldita tendência para pigmentação...

Cortei novamente o cabelo. Tenho andado com alguma dificuldade em decidir o que fazer ao cabelo. Cortei-o e pintei (com tinta natural de ervanária) em fevereiro e apesar de ter ficado melhor, não ficou como pretendia e não fiquei totalmente satisfeita. A cor ficou longe da que estava no catálogo da loja e o corte também não me encheu as medidas, pois apesar de ter levado foto, a cabeleireira fez o corte que era habitual fazer, ou seja, mais do mesmo.

Desta vez resolvi no próprio dia que ía cortar, fui a um salão que frequentava há uns anos e não tive muito tempo para pensar no assunto. Correu bem, tendo em conta que não tinha ideia do que ia fazer. Está pratico, basta lavar, pôr espuma, secar e já está. Ou seja, ideal para uma quase recém mamã.

E a minha vida de grávida tem sido vivida desta forma, sempre a pensar e a fazer várias coisas ao mesmo tempo, como é normal no nosso género, mas sempre com foco e determinação. A calma continua a fazer parte dos meus dias, às vezes preciso respirar muito fundo, e muitas vezes, mas tudo tem corrido bem.

Estou desejosa da chegada do nosso bebé e só peço que corra tudo bem connosco e que ele tenha muita saúde! ;)
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