quinta-feira, 20 de novembro de 2014

SER MULHER...

Normalmente não somos vistas como o sexo forte. Pelo menos para os homens, ainda somos o sexo fraco. Mas o pior, é que para a sociedade também somos o sexo fraco. Caso não fosse, porque é que as mulheres continuam a ganhar menos que os homens, mesmo quando desempenham o mesmo papel numa empresa? Porque é que o desemprego está mais alto no sexo feminino do que no sexo masculino? Não se percebe, já que somos nós as mais estudiosas, somos nós a maioria dos licenciados em Portugal e somos nós que conseguimos fazer 500 coisas ao mesmo tempo. Ou mesmo que não as façamos ao mesmo tempo, fazemo-las num só dia.

A mulher é dona de casa, é mãe, é educadora de infância e professora dos filhos, é trabalhadora numa empresa qualquer, é gestora de orçamentos familiares, é amante, é psicóloga das amigas...

Ora vejamos: nós temos que estar sempre bem dispostas, bem vestidas, bem maquilhadas, bem penteadas e sempre em forma. Nós não podemos engordar nem ter rugas. A nossa casa tem de estar sempre impecável. Tudo arrumadinho, tudo limpinho, a nossa comida deve ser excelente e nunca devemos ter tarefas acumuladas.

Ainda temos de ter filhos para não sermos consideradas egoístas, carregá-los durante 9 meses, amamenta-los, educá-los... se uma criança é mal educada, é porque a mãe a deixa fazer tudo. Nas reuniões escolares, são mais mães presentes, ou pais?

E o mais engraçado é que a mulher nunca, mas nunca se pode queixar de cansaço. Temos de ser perfeitas.

Mas o pior, é que a sociedade também está composta por mulheres. Sendo assim, nós também somos culpadas por sermos vistas desta forma.

Há uns tempos encontrei uma antiga colega de secundário. E depois há sempre aquelas conversas de quem casou, de quem tem filhos e de quem se separou. E havia um casal que começou a namorar ainda quando estávamos no secundário. Casaram, tiveram um filho e mais tarde separaram-se. E não é que a minha ex-colega diz-me que a "não sei quantas" também se desleixou, engordou e por isso é normal o "não sei quantos" a ter trocado por outra.

O QUÊ?! NORMAL?! Mas esta gente está parva? E isto foi dito por uma mulher. Então a coitada teve um filho, engordou e depois ainda é culpada por ele não aguentar vê-la com uns quilos a mais e troca-la por outra? E a culpa é dela?

Bem, só sei que não sei quais os motivos da troca. O engraçado é que passados uns dias, encontrei "o não sei quantos" no supermercado e ele estava gordo que nem um texugo. Então pensei: Será que a "não sei quantas" não engordou como reflexo aos quilos a mais do "não sei quantos"? Ou será que agora o "não sei quantos", que tem uma mulher nova toda jeitosa, também se desleixou e vai ser trocado por um gajo todo jeitoso? Aí a culpa já não seria dele, claro. Coitado do homem... mas seria sim da mulher nova, que é uma pindérica e leviana que anda a roubar maridos às gorduchas... OH GOD!!!

A verdade é que estamos em plenos século XXI e continuamos a ser vistas de forma diferente em relação aos homens. É óbvio que somos diferentes (uma versão melhorada...), mas a mulher tem de ser a sacrificada em tudo por alma de quem?
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